O QUE É UM VASO DE PRESSÃO?
Vasos de pressão são todos os recipientes estanques de qualquer tipo, formatos, dimensões ou finalidades, sujeitos ou não à chamas, fundamentais nos processos industriais que contenham fluidos e sejam projetados para resistir com segurança a pressões internas diferentes da pressão atmosférica, ou submetidos à pressão externa, cumprindo assim a função básica de armazenamento.
PRINCIPAIS MODELOS DE VASOS DE PRESSÃO
Vasos de Pressão Cilíndricos: Possuem formato cilíndrico com tampas em suas extremidades. Podem ser instalados tanto na posição vertical quanto na horizontal, dependendo da aplicação e das restrições de espaço.
Vasos de Pressão Esféricos: Apresentam formato esférico e são projetados para suportar altas pressões internas. São comumente encontrados em indústrias petroquímicas e de gás.
Vasos de Pressão Cônicos: Possuem uma geometria cônica, estreitando-se em direção a uma extremidade. São utilizados em aplicações onde é necessário direcionar o fluxo de fluido ou facilitar o escoamento de sólidos.
Reservatórios de ar comprimido
Reservatório de Gases
Autoclave para tratamento de madeira
Compressor de ar
Vaso de pressão cônico
Vaso separador ar/óleo
A Norma Regulamentadora do Ministério Do Trabalho e Previdência, NR-13 CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO, TUBULAÇÕES E TANQUES METÁLICOS DE ARMAZENAMENTO versa sobre as normas de segurança para instalação de caldeira. Essa norma tem como principal objetivo tornar mais rígidas algumas questões que já eram exigidas anteriormente. Desde a sua primeira versão, em 1978, passou por diversas alterações, seja por emendas ou leis complementares.
A última versão, que está vigente no momento atual, foi instaurada em 2022, através da Portaria 1.846.
CÓDIGO ASME
A ASME, do inglês American Society of Mechanical Engineers (Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos, em tradução livre) , é uma associação sem fins lucrativos de profissionais da engenharia que gerou um projeto de código, construção, inspeção e testes de equipamentos, incluindo caldeiras e vasos de pressão.
Atualmente, o Brasil adota como padrão o código ASME, que é exigido em normas brasileiras como as normas da Petrobras e da própria NR-13, que tem como objetivo condicionar inspeção de segurança e operação de vasos de pressão e caldeiras.
A classificação do fluido contido no vaso segue a NR-13, que utiliza os critérios da ABNT NBR 12106 ou normas aplicáveis. Os fluidos são classificados em dois grupos principais:
A classificação do fluido contido no vaso segue a NR-13, que utiliza os critérios da ABNT NBR 12106 ou normas aplicáveis. Os fluidos são classificados em dois grupos principais:
Grupo A: Fluidos tóxicos, inflamáveis ou que apresentem risco significativo para a saúde ou segurança.
Grupo B: Fluidos não tóxicos e não inflamáveis que não oferecem riscos adicionais, como água, vapor d'água, óleos minerais e gases inertes.
A categoria do vaso de pressão é determinada pela Classe de Risco, baseada na pressão máxima de operação admissível (P) e no volume interno (V) do vaso, considerando a equação:
C=P×VC = P \times VC=P×V
Classificação
Categoria I:
Vasos que contenham fluido do Grupo A.
Vasos cujo produto P×VP \times VP×V seja maior que 100 bar·litros, independentemente do fluido.
Categoria II:
Vasos que contenham fluido do Grupo B.
Vasos cujo produto P×VP \times VP×V seja maior que 100 bar·litros e menor ou igual a 10.000 bar·litros.
Categoria III:
Vasos que contenham fluido do Grupo B.
Vasos cujo produto P×VP \times VP×V seja maior que 10.000 bar·litros e menor ou igual a 1.000.000 bar·litros.
Categoria IV:
Vasos que contenham fluido do Grupo B.
Vasos cujo produto P×VP \times VP×V seja maior que 1.000.000 bar·litros.
A documentação de um vaso de pressão é essencial para garantir a conformidade com a NR-13 e assegurar a segurança e integridade do equipamento. Essa documentação deve incluir informações técnicas, histórico de manutenção, inspeções e todas as evidências de conformidade regulatória. Abaixo está uma estrutura completa do que deve compor essa documentação:
Nome do fabricante.
Ano de fabricação.
Número de série ou identificação do equipamento.
Código de projeto utilizado (ex.: ASME, EN, etc.).
Localização do vaso de pressão.
Desenhos técnicos detalhados.
Memória de cálculo (quando aplicável).
Especificações dos materiais utilizados.
Certificados de qualidade dos materiais.
Certificados de ensaio de fabricação (ex.: ensaio hidrostático).
Tipo de fluido contido e especificações do fluido.
Pressão máxima de operação admissível (PMTA).
Temperatura máxima e mínima de operação.
Capacidade ou volume interno do vaso.
Categoria de risco do vaso (I, II, III ou IV, conforme NR-13).
Laudo da inspeção inicial.
Relatórios de inspeções periódicas (internas e externas).
Registro de ensaio hidrostático (quando aplicável).
Registros de ensaios não destrutivos (END), como ultrassom ou partículas magnéticas.
Relatórios de inspeção de segurança emitidos por profissional habilitado.
Procedimento operacional padrão (POP) para o vaso.
Registro de manutenção preventiva e corretiva.
Substituição de componentes críticos (válvulas de segurança, conexões, etc.).
Plano de manutenção e inspeção baseado na categoria do vaso.
Registro de modificações realizadas no vaso de pressão (ex.: troca de componentes, mudanças de operação, reclassificação).
Aprovação do projeto de alterações por profissional habilitado.
Procedimentos de resposta a emergências envolvendo o vaso de pressão.
Treinamentos realizados com operadores e equipe técnica.
ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) das inspeções e manutenção realizadas.
Certificados de calibração dos instrumentos usados para inspeções.
Evidências de treinamento da equipe que opera e mantém o equipamento.
Relatório de auditorias internas ou externas de conformidade.